sábado, 12 de março de 2011

Tolo

"Finjo, por assim dizer
E omito, para proteger
A indiferença em te ver partir
Diante de ti
Reinvento o amor


E largo ao vento
Os falsos desejos
Criando um sofrimento
Uma tola dor irreal


Caio e me arrasto
Mentindo até para mim
E negando a frieza real
Por uma necessidade piegas de sentir
Outra vez ponho-me a mentir"

Admito...

"O mundo mudou seus ângulos
Não se pode distinguir
Mas é fácil perceber
O quanto se modificou


A levianidade das coisas
O ar, o sol, a temperatura...
Tudo está em harmonia


Os passos na calçada
Os sons das buzinas
Diálogos que cruzam-se
Nada perturba


Na realeza do amor
Na maneira como ele toca
Na forma com que toma


O mundo procura agora
No limite da loucura
O amor que ele dá


Na confusão de cada sermão
Que já  evito escutar
Imponho-me decidida:
És exatamente o que vim buscar."

Tambores

"Todos os dias

O silêncio grita
A dor oprimida
Da partida fatídica
Jamais esquecida
E ecoa gritante
Em um tom desvairante
Um sofrimento em mim
E no fundo me fala
Que espera o seu fim."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Negação à redenção

"Há qualquer coisa de profundo
No desfio dos olhos em que me busco
Como um lapso de amor mútuo
No ódio ou num medo súbito
Que não mais me contenta esperar
Por clareza num obscuro olhar
E me pego em apelos levemente sórdidos
Entre dentes que serram lábios mórbidos
Propondo com sussurros cantados
Suspiros em intervalos prolongados
Entre as expectativas, o desejo e a dor
Uma entrega inconsciente ao amor."

sábado, 2 de outubro de 2010

Diário de Uma Noite Vazia

O mundo dorme!
Talvez muitos estejam acordados
Com seus sentidos dormentes

Enquanto o mundo dorme
Vou me remoendo
Com questões que não me tiram do quarto
Eu vago no vazio que há em mim
E um medo me toma
Não medo de algo que me possa acontecer
É um temor que sussurra
Que a solidão noturna
Pode revelar em mim
Coisas que não acredito me pertencerem

Estou só!
Saio em busca de algo a me completar
Só resta a superficialidade
O mundo está oco
Pessoas vazias procuram como zumbis
Algo a satisfazê-las
Sigo a tendência...

Em vão meus dedos tocam
O contorno de alguma boca
Que sem paixão me toma
Eu me entrego:
Agora um iceberg de sentimentos

Corpo e alma desunidos
Em uma distorção de ações
E contradições de opiniões
O corpo sede
Mas a alma logo reclama
A morte do meu ser

Com o ato concluso
Retorno ao meu quarto
As paredes cobram
A explosão que fui buscar

No vazio do meu berço
Enquanto o mundo acorda
Abraço o travesseiro
E sou ninada pela solidão

Inquietude

Se meus instintos pudessem falar
Gritariam, agora com dor,
Sobre a inquietude que há em mim

Um sentimento desconfortável se alastra
E a dor que me toma
Me faz querer gritar
Mas o temor leva-me a calar

Busco soluções
No abrigo dos teus braços
Espero uma palavra...

Outra vez o silêncio domina

A minha figura
Receia a tua refutação
E no pavor de ouvir-te a me negar
Discuto um discurso
Que te possa intervir

Enquanto canto teu enquanto
Que insiste em me dominar.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Pingos d'amor

Quando cai a chuva na cidade vazia
Revelando temores de desamores e perdas
Meus olhos procuram os teus.

Não te encontro!

Busco-te então dentro de mim
Onde o vejo todo e em tudo...

E a chuva acalma!